quinta-feira, junho 29, 2006

POESIARTE EM FOCO DE JANDEILSON GALVÃO


A poesiarte apresenta: Jandeilson Galvão. Poeta carioca.

Vejamos uma poesia de sua autoria:

"Há minha São Paulo tua dor é minha dor"


Há minha São Paulo,
De Santos, e Campinas,
Estas doente?

As lágrimas me correm aos olhos,
A dor é grande e vil,
O ódio se confunde com amor,
Há São Paulo, que horror.

Que tanto doe em ti,
Que acontece, quando assim te mostras?

Sois tão fraca,
Sem remédios?

Minha linda São Paulo,
Que desatre,
Teu nome no mundo,
A violência matando teus filhos,
Teus protetores morrendo as dezenas,
Os bandidos que de certo não são teus,
Te ti querem tomar conta.

Expulsa São Paulo este carma,
Aborta estes,
Que te destruir quer.

Minhas lágrimas são lagrimas patriotas,
Não por ser um Paulistano, pois não sou,
Sou um brasileiro, com grande dor,
De ver a linda São Paulo
Gritando seus horrores.

Se assustam teus filhos o São Paulo,
Tua dor posso sentir,
Teu desanimo posso ver,
Teus governantes arrogantes,
Por toda parte, a grande dor.

Guarda-te São Paulo,
Guarda-te deste mal,
Seja forte,
Aborte este carma
Que nasceu em teu ceio.

Seja forte minha linda São Paulo,
Te guardo no coração,
Pena, te mostra insegura,
Te ver tão cedo não irei,
Mas minha linda São Paulo,
Certamente te acompanharei.


(Poeta Jandeilson Galvão Bezerra)
Publicado no Recanto das Letras em 15/05/2006

sábado, junho 24, 2006

POESIARTE EM FOCO DE NATHAN DE CASTRO


A poesiarte apresenta: Nathan de Castro. Poeta de Uberlândia-MG.

Vejamos uma poesia de sua autoria:

Soneto Desafinado

O meu poema é música sem partituras,
Rabeca troncha e sonsa de uma nota só.
Paixão que bebe a doce clave das loucuras
Nas batutas do amor, poeiram pedra e pó.

O meu poema é mote de enganar agruras,
Jazz que envolve em tela azul rococó.
Pincel, paleta e marcas de velhas censuras
No corpo de sonetos que amarro e dou nó.

Silêncio de relâmpagos e luas desertas,
Luares e palavras de aluar pateta,
Para cumprir a sina: poeta ou poeta!?

Sigo pelos caminhos de portas abertas,
Rasgando a solidão da palavra concreta,
Desafinando a orquestra e a ponta da caneta.

(Poeta Nathan de Castro)

terça-feira, junho 20, 2006

POESIARTE EM FOCO DE PAULINO VERGETTI


A poesiarte apresenta: Paulino Vergetti.Poeta alagoano.

Vejamos uma poesia de sua autoria:

"Da morte..."

 
A morte parece-me um louco vácuo
que das lágrimas bebe insatisfeita
tirando-nos um ar.
E vamos..., quietos e frios,
na escuridão do desconhecido.
Há quem morra todos os dias;
eu não.
Tenho-na como ingrata e certa.
Quando a tolero, morre um pouco de mim
num fraco vazio
que possuo escondido
onde a vida me esconde.
Sua voz é o silêncio triste
dos sons que se perdem
entre os sonhos da voz.
Deus me livre morrer um dia.
Para isso dei meu corpo poeirento
para ficar; ele é o féretro
enchendo o vazio de minha sepultura.


(Poeta Paulino Vergetti)

sábado, junho 17, 2006

POESIARTE EM FOCO DE DEISE FORMENTIN


A poesiarte apresenta: Deise Formentin. Poeta catarinense.

Vejamos uma poesia de sua autoria:

"A BUSCA"


Fecho meus olhos,
Ouço vozes distantes.

Uma música surge, sinos tocam.

O vento sopra lentamente

As folhas das árvores ao longo da rua.

Sentada estou...

O mundo a girar e eu imóvel,

Sobretudo pensante.

Sorrir seria pedir muito,
O que acontece comigo?
Pessoas passam,

E eu perdida no tempo e no espaço,
Buscando encontrar,
No âmago de minha alma,
Um lugar só meu.

Qual o sentido desta incessante busca?

(Poeta Deise Formentin)

sexta-feira, junho 16, 2006

POESIARTE EM FOCO DE RODRIGO POETA


A poesiarte apresenta: Rodrigo Octavio Pereira de Andrade. Poeta, professor e pesquisador cabo-friense.

Vejamos uma poesia de sua autoria publicada no Jornal de Sábado de Cabo Frio-RJ:

"Manel: o barbeiro do Itajuru"


A que saudades de Manel,
O barbeiro de grande coração,

Que pulava e desfilava no carnaval
Pela nação imperiana do bairro do Itajuru com maior emoção.


A sinuca era sua maior diversão,

Quando tinha tempo dava uma escapadinha da barbearia.
Manel um mestre para o seu filho e a todos em sua profissão.
A tesoura, o secador, o creme, o talco, a água, a navalha, o pente

E toalha eram os seus instrumentos de sua simplicidade.

Flamenguista de primeira,

Não fugia de nenhum corte,

Pois sempre tinha uma carta na mesa.


Tinha um defeito, que era fumar

Quase o dia inteiro,

Sempre ou às vezes acompanhado por um cafezinho

O seu ato libertino de fumar.


Na barbearia causos do Itajuru são contados
Por pessoas folclóricas do bairro ou não,

Sempre aos ouvidos e aos olhos atentos

Dos fregueses e claro do saudoso Manel, o barbeiro.


Quando eu ia na barbearia
Ele cumprimentava

Me chamando de flamenguista

E o mesmo eu fazia.


Lá quando minha vez chegava, Sasá passava pela barbearia
E dizia: -Manel raspa todo o cabelo de Cocada!
E eu ria de alegria na barbearia.


Assim ficam os versos, as estrofes e o momento

Desse poeta cabo-friense e brasileiro

Em forma de homenagem a esse grande barbeiro,

Que nos deixou pela imprudência de outro barbeiro.


A que saudades de Manel,

O barbeiro de grande coração,
Que pulava e desfilava no carnaval
Pela nação imperiana do bairro do Itajuru
com maior emoção.


(Rodrigo Poeta)

Poesia publicada no Jornal de Sábado de Cabo Frio-RJ.


terça-feira, junho 13, 2006

POESIARTE EM FOCO DE CLÁUDIA GONÇALVES


A poesiarte apresenta: Cláudia Gonçalves. Poeta gaúcha.


Vejamos uma de suas poesias:

"Chama"

Queima...Ativa
De corpos,
Fagulha de medo
Boca,saliva solar
Em fuzão veloz...
Num forte pulsar
Ao som do póro aberto,
Sol ao longe a
Burrifar luz,
Paixão e desejo
Em pele crua
Cala noite vermelha
Volúpia em sonho...
Sentir...voltar...
Acordar.

(Poeta Cláudia Gonçalves)

domingo, junho 11, 2006

POESIARTE EM FOCO DE GEISA GONZAGA


A poesiarte apresenta: Geisa Gonzaga. Poeta.

Vejamos uma de suas poesias do livro "Devaneando":



"CASTELO DE AREIA"

Mais uma vez, tento um poema escrever...
Não consigo... estou a me perder...
A musa se foi, desapareceu...
E minh'alma, que nunca a esqueceu,
Vaga esquecida, triste e dolorida,
Sem rumo, à procura de guarida.
Olho à minha volta... não mais o vejo!
Foi um sonho, uma quimera aquele beijo
Doce... macio... inebriante...
Recordo sempre, a cada instante,
Aqueles lábios que um dia me beijaram,
Mas também, sem clemência, me enganaram.
Pensei haver, enfim, encontrado o amor,
Sentimento a que aspirei com tanto ardor.
Por isso, quantas vezes edifiquei
Um castelo dourado que julguei,
Seria o ninho que abrigaria a nós dois...
Foi mais um sonho que ficou para depois...

(Poeta Geisa Gonzaga -19.04.2001)

sexta-feira, junho 09, 2006

POESIARTE EM FOCO DE LUCIANA PESSANHA PIRES


A poesiarte apresenta: Luciana Pessanha Pires. Poeta e integrante da Academia Itaperunense de Letras.

Vejamos uma de suas poesias:

"Palavra comunista"


Em frente ao espelho
Menina

Eu me perguntava
Por que tanto silêncio?
Nas vendas andavam

Homens de fartos bigodes

Com segredos

Entre os dentes

Medo da polícia

Da palavra comunista
'Mancharam a Bandeira Nacional'
Um aviltamento!
No rádio

As canções encurralando

E preso o berro

As mãos nas madrugadas

Semeavam folhetos

Nas portas fechadas.


(Poeta Luciana Pessanha Pires)

domingo, junho 04, 2006

POESIARTE EM FOCO DE RODRIGO POETA


A poesiarte apresenta: Rodrigo Octavio Pereira de Andrade. Poeta, professor, pesquisador cabo-friense.

Vejamos uma poesia de sua autoria, que se encontra no livro "Se eu pudesse..." de 1997 do Colégio Municipal Rui Barbosa de Cabo Frio-RJ e que foi publicada no jornal "Littera" da Ferlagos em 2002:

"A um verme"

A Augusto dos Anjos dos cosmos
Aos átomos das poesias,
Feitas através de versos íntimos
De um Pré-Modernismo de palavras.

Palavras antipoéticas do profundo abismo
Como do escarro
Ao vômito engajados no corpo humano,
Do verme que fora procurado.

Anjo de nada,
Pois até Drummond fez uma piada
Depois da quarta dose dada.

Segue-se assim o anjo
Que cai no jeito
Dos podres poderes interpretados por Caetano.

(Rodrigo Poeta, poeta,pesquisador e professor cabo-friense)

POESIARTE EM FOCO DE KATHLEEN BOECHAT


A poesiarte apresenta: Kathleen Boechat Correia. Um novo talento para poesia.

Vejamos uma poesia de sua autoria:


“Confissões da alma”

Amores inacabados
Pensamentos conturbados
Confusa
Num carrossel de emoções
Duvidas entre o presente e o passado
Continuo a espera de alguém
Ou de alguma coisa
Que nem eu mesma sei o que é
Que não tenho a certeza de que virá
Uma disputa entre a razão e o coração
Entre o dever e o querer...
De tudo o que prezo
De tudo o que aprendi...
Sei que ainda tenho muito o que aprender
Busco minhas realizações
Minha felicidade
Cada coisa na vida tem um preço
E eu ainda não descobri o que valerá a minha
Desejos, tentações, mentiras
Erros, medos, inseguranças
Conflitos da minha própria alma
Sentimentos que estão presentes na minha vida
Onde tento me esconder dentro de uma concha
Pra fugir da realidade
Sozinha com as minhas dores e ilusões
Numa caminhada com vírgulas, “mas” e “porquês”
Onde não sou eu que vou escrever o fim.

(Kathleen Boechat Correia)

quinta-feira, junho 01, 2006

POESIARTE EM FOCO DE VINICIUS SILVA



A poesiarte apresenta: Vinicius Silva Rodrigues. Ganhador do concurso CULTURARTESPERANÇA de 2005, realizado no Colégio Municipal Elza Maria Santa Rosa Bernardo.

Vejamos a poesia:

"Meu esgoto, meu mundo"

Meu esgoto, meu mundo
Minha vida, meu tudo.
Que vida horrível!
Que droga!

Quero sair...
Quero extravasar
Essa fúria, que por dentro mata
E aos poucos me maltrata.

Ratoeira com um
Queijo de primeira
Me pegou pelo nariz,
Tirem ela de mim, quero sair.

Me dão uma gaiola como casa,
Amarram minhas asas,
Me prendem
E dizem: - Seja feliz!

Mas como posso?
Se só quero sair.
Me deixem sair,
Me tirem daqui.

Quero sair do subúrbio,
Quero sair do lixo,
Quero passear pelo esgoto
Sem ratoeiras.

Mas eles me prendem,
Me torturam,
Me castigam
Por quê?

Por favor 
Me libertem,
Deixem me sair,
Quero sair, quero sair...

(Vinicius Silva Rodrigues)