sábado, dezembro 30, 2006

POESIARTE DE JOÃO PEDRO RORIZ


A poesiarte apresenta: João Pedro Roriz. Poeta e ator carioca.

Vejamos um poe
ma de sua autoria:
 

"A DIVINA COMÉDIA"

Nossos olhos repousam após a divina tormenta do tempo;
Nossos sonhos dançam constrangidos sob a chancela de acordes viscerais;
Os quebrantos colossais se abraçam sofridos...
E despertamos num sórdido momento de ilusão.

Nos amamos, escondidos...
Com os olhos lançados no abismo que separa o inferno do paraíso;
E nesse furto solitário das emoções tempestivas, nos consumimos,
Pois o mistério contradiz o tempo quando somos bandidos.

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Poema integrante do livro "A Poesia Teatral" (João Pedro Roriz, Editora Ibis Libris)

sábado, dezembro 23, 2006

POESIARTE EM FOCO DE MEG FONSANT


A poesiarte apresenta: Meg Fonsant. Poeta de Porto Alegre-RS.

Vejamos uma poesia de sua autoria:


"DESEJOS &  BEIJOS SEM LAPIDAÇÕES"

Com os mesmos dedos que cavam,
revolvem a terra e fertilizam
Quero cravar-te os dedos.
Afundar-me em ti,
até encontrar tua Alma.


Lamberei meus dedos lambuzados
de ti, felizes por ti...
Sorvendo e lentamente degustando
tudo o que é teu.

Terei por fim alcançado
o que te manteve enclausurado,
triste e febril.

Tenho faro de Bloodhound, e agilidades
de felinos Heiters
para cravar em teus instintos...
Para alcançar-te com camaleônicas e suaves mãos.

E nos beijos volverás aos delírios.
Sugando a língua,
arrancando de teu corpo
outros sentidos...
Alcançando-te a alma
do passado em que sofrias.

Farei ao teu presente a poesia
Na duração, que desejares, desse beijo.


(Poeta Meg Fonsant - 20/12/2006)

terça-feira, dezembro 05, 2006

POESIARTE EM FOCO DE JOAQUIM MONCKS



A poesiarte apresenta: Joaquim Moncks. Poeta nascido em Pelotas-RS.

Vejamos uma poesia de sua autoria:


"BAÚ DOS AMORES"
 
E o poeta perde a bússola
de todos os caminhos
o destino marcado por andar
sem nunca fazer morada.
Mergulha na insolente emoção,
indormido milagre de estar junto
flama permanente de tudo
e com este archote ardido
empalma o facho da Poesia.

Débil réstia, luz pros olhos antigos
o coração cantando alegorias
na permanente ilusão.

Por fim, depois de tantas estripulias
– da estrela d'alva ao poente –
luzes coroam aqueles outros
que tanto como os escribas
são pura poesia
eternos motivos para o canto.
São estas almas simples
que perpassam a permanente inocência
aos seus olhos roxos de esperanças.

– Do livro, em preparo, BULA DE REMÉDIO, 2004 / 06.

(Poeta Joaquim Moncks)

sexta-feira, dezembro 01, 2006

POESIARTE EM FOCO DE ANTONIO KLEBER MATHIAS NETO


A poesiarte apresenta: Antonio Kleber Mathias Neto. Poeta de Macaé-RJ.

Vejamos uma poesia de sua autoria:

"SONEGAÇÃO"

Participo das buscas ao teu lado,
procura indefinida, precipícios,
sob as manhãs incertas dos meus vícios,
aprendiz no teu corpo aventurado.

Se tanto eu desconheça desde o início
as razões do teu gosto inconformado
- tanto que ele é o escopo procurado -,
em ti não desconheço os artifícios!

A nudeza, tesouro que me entregas,
filha da intrepidez concupiscente,
transforma a lucidez em obsessão!

Perdido na refrega da emoção,
sinto a tua lascívia tão presente!
Mas noto que tua alma me sonegas!

(Poeta Antonio Kleber Mathias)