quinta-feira, fevereiro 21, 2008

POESIARTE EM FOCO DE LUIZA CAETANO


A poesiarte apresenta: Luiza Caetano. Poeta e artista plástica portuguesa.


Vejamos uma poesia de sua autoria:




Alfama (Lisboa) - Quadro de Luiza Caetano.



ALFAMA DE LISBOA

Hoje, me perdi em Alfama
com o poeta Fernando Pessoa.

Andei de viela em viela
bebendo cheiro de mangericos
em ébrias taças-lembranças.

Escrevi um fado pintado
e o pregão duma varina
numa das sete colinas.

Enquanto a chuva molhava
memórias e marinheiros
num eléctrico amarelo
que ía prá Rua das Trinas.

Hoje passeei com Pessoa
no bairro da cidade branca

Casario de Lisboa
de pranto-saudade pintado

no trinado duma guitarra
o desenho da calçada
Lisboa saudade fado

(Poeta Luiza Caetano)

Site da autora:
http://www.luizacaetano.com

sábado, fevereiro 09, 2008

POESIARTE EM FOCO DE RODRIGO POETA


A poesiarte apresente: Rodrigo Octavio Pereira de Andrade (Rodrigo Poeta). Poeta, pesquisador, professor e ativista cultural cabo-friense.


Vejamos uma poesia de sua autoria publicada no site Crônicas Cariocas:


“Lágrimas Secas”

 

Nos versos de Patativa do Assaré,
Caminho pelo chão rachado da seca
Entre mandacarus e urubus do Sertão.
Os olhos do horizonte não enxergam
O Velho Chico,
Diante de um acorde de Luiz Gonzaga,
A relembrar as histórias de Lamarca e Lampião
Pelo Sertão.
A poesia é poeira na veia
De João Cabral de Melo Neto,
Mas incendeia nas mãos de Graciliano
E Guimarães Rosa ao som de um repente
Feito numa roda em Arcoverde.
A caatinga me fere com os seus espinhos,
Com o seu olhar de morte em desalinho.
Os retirantes fogem, clamam e pedem
Para Padre Cícero pelas bênçãos das chuvas de São Pedro
Aos olhos de um São João num foguetório dos infernos
Entre os braços de Suassuna e de João Grilo, O Amarelo,
Que representam o Sertão.
As mulheres ficam num olhar triste,
Enquanto os homens buscam alimento
E salvação em terras alheias do Sertão.
Deixam família, casa e coração,
Para um dia voltar
E verem com outro olhar o Sertão.
Os retirantes fogem da fome,
Da seca, da morte em busca da salvação!
Os sertanejos são fortes,
Mas a seca do Nordeste
É fera e os engole...
Anjinhos nascem e morrem...
...para serem sepultados num chão pobre.
As rachaduras são rios de lágrimas secas
Ao olhar dos versos de um menino a lamentar
Entre a poeira ao lado de uma carcaça de boi
Nas mãos do Sertão brasileiro.

(Rodrigo Poeta de Cabo Frio-RJ. – 15/10/07)

Link do site Crônicas Cariocas, onde estão vários poemas do autor:

http://www.cronicascariocas.com/poesias_rod_poeta.html




quarta-feira, fevereiro 06, 2008

POESIARTE EM FOCO DE ELÍDIA ALMEIDA


A poesiarte apresenta: Elídia Almeida. Poeta de Jacobina-BA.

Vejamos uma poesia de sua autoria:



ECLIPSE!


Fenômeno de alta grandeza
Que faz a junção do rei sol
E da rainha lua!

Um brilha de dia o outro
Brilha de noite!
Queriam muito
Se encontrar, mas
Não sabia como...

Deus o criador da,
Imensa galáxia, deu
A oportunidade aos dois,

Se abraçarem, se fixarem
Por apenas um dia e em
Determinado tempo marcado.

O sol e a lua, o rei e a rainha
Do reino da galáxia!
Grandes astros que se amam,
Que se entrelaçam...

Então o espetáculo
Do casamento do sol e
Da lua é contemplado
Por todos aqueles que,

Podem ver e sentir
A maravilha do grande fenômeno
do criador do Universo...!


 (Poeta Elídia Almeida)